A noite
infindo açoite
corrói-me
nas entranhas.
Solidão
tamanha,
estranha,
me enganas
sob o peso
que me lanças!
Murmúrios,
gemidos e xingos,
porque
enganar ao coração que amas?
Infâmia,
tamanha,
suplício,
desperdício.
Como posso enxergar
se a minha visão
ofuscas?
Como
prosseguir
se encontro-me
preso a ti?
Procuro
respostas
e o silêncio
me grita
o que não
quero admitir.
Já não sei
quem és para mim.
Também sei
que não sou mais o mesmo em ti.
Mutação,
frustração!
Enfadonho discurso
à meia noite.
“Foi-ce!”
Devia voltar
a dormir,
apagar e
esquecer tudo aquilo
que me fez
sofrer.
Quero um
sono tranquilo,
um eterno
amigo.
Alimento
neste
a esperança
de que amanhã,
ao despertar,
tudo novo
poderá
recomeçar!
Ana Cristina, 07/03/2012