Quem vê a rosa sempre bela,
meiga, singela,
jamais pensa que ela tem defeitos
escondido às 7 chaves dentro do peito.
Quem vê a rosa sempre bela
jamais imagina que ela
erre, peque, se altere, sofra,
ou até mesmo morra...
Como se elas tivessem que ser eterna!
Não é não!
Imagino o peso que a rosa carrega
de ser sempre bela, meiga, singela,
perfeita!
Isso pesa... Adoece e até mata!
Ao contrário da rosa,
quem vê o espinho sempre armado,
aparentemente ríspido,
pensa consigo perigo e evita
conhecê-lo, tocá-lo ou
entender os motivos deste o ser como é,
jamais pensa que ele tenha qualidades,
fragilidades e até mesmo beleza.
Infelizmente sempre somos levados
a pré-julgar pelo estereótipo.
Nem sempre o externo condiz com o externo...
Não mesmo!
Não!
Há beleza interna que se transcende a externa
e belezas externas que jamais
superam as internas.
Há bonitos tão feios
e feios tão lindos...
Mas é bom lembrar que nada é uma regra.
Não!
Por ser sempre rígido, ríspido,
e aparentemente perigoso,
o espinho carrega o peso da solidão,
da evitação,
dos pré julgamentos,
eterno isolamento..
Mas o espinho não está só.
A rosa também não.
Ambos são intrinsecamente complementares.
Simbióticos.
A rosa em sua fragilidade e meiguice precisa
da força e rigidez de seu espinho.
O que torna a rosa “aparentemente” frágil,
protegida e resguardada
por aquele “aparentemente” ríspido,
rígido e sozinho.
O espinho torna-se então
protetor, amigo fiel e não só mais um.
Ambos fazem-se dois.
A verdade é que não há rosa sem espinhos...
Nem espinhos sem rosas...
Isso é tão perfeito
que só poderia ser obra de Deus,
que em nada erra no fazer e acontecer.
A rosa e o espinho
nos prova apenas
o que minha mãe sempre fala:
“Não há bem sem falta
nem há falta sem um bem”.
Esta é a obra da vida,
perfeita no ensinar,
infinita no saber de seu caminhar.
Ana Cristina, 28/11/2011